Foi tudo por conta de um abraço

Gustavo Lacombe traduzindo em palavras
aquilo que sinto e simplesmente não consigo dizer. 
A vida é breve, eu sei.


E não descobri isso ao começar a perceber que os anos se passaram rapidamente ou que as minhas responsabilidades aumentaram. Não foi com um compromisso perdido, um atraso para pegar um táxi, um horário não cumprido. Nem mesmo acho que foi por ver meus pais, antes tão novos, começarem a ganhar cabelos brancos e aparência mais velha. Foi tudo por conta de um abraço.
Acho que passei a perceber o quão rápido e fugazes são os instantes da vida quando tentei ficar mais tempo naqueles braços e não consegui. Quando desejei mais um beijo, só que o relógio já fazia seu truque de nos empurrar rumo ao que está programado. Quando quis ficar sem fazer nada, mas tinha um milhão de tudos para fazer. E aquela vontade por matar.
É claro que você percebe a passagem da vida ao olhar pro lado e reparar como tudo está diferente. Seria uma grande besteira dizer que não se vê as mudanças. Óbvio que sim. Pode ser que nossa atenção não esteja tão boa, mas sempre percebemos. Nada passa num piscar, mas certamente se revive tudo dentro desse tempo.
Inclusive os abraços não dados.
Aliás, incluiria diversas outras coisas nesse mínimo espaço, mas não sei se iria querer ocupar todo o meu devaneio com outra coisa que não aquela paz. Sim, paz: sensação que sempre me invadia quando colava o corpo contra aquele corpo e notava que tudo ficava mais calmo no mundo. Dobraria o número dos que dei, mas me alegro o suficiente pela quantidade dos que tive – mesmo diante da possibilidade de não tê-los de novo.
Aprendi da melhor maneira que o tempo não volta. Com isso tudo de sentir saudade, consigo sorrir ao recordar momentos e ter a certeza de que sempre tentei viver a plenitude do sentimento. É por isso que cada coisa valeu; cada beijo, cada encontro, cada gesto e até cada briga. E cada abraço. Até mesmo os que acabei não tendo.
E se me fosse perguntado se eu queria mais tempo para viver, simplesmente responderia que a vida já tinha sido boa demais comigo. Boa demais quando me fez conhecer alguém que de amor me fez morrer e em cada abraço me mostrou o que é nele viver.

Ah... (suspiros) 
Hoje vou deixar o texto do Gustavo falar por mim.
=*  Tatah 

Comentários

  1. Ah (suspiros)! Sim! É uma mistura, pensar, lembrar e suspirar ao mesmo tempo! Tempo, esse que passa depressa, mas que é tão importante em nossa vida! Amei o texto! Passando aqui para deixar um beijão e dizer que amo vc! Amiga, linda! Lembrei da época do Flogão acho que era esse o nome.. kkkk! linda como sempre!! Amoooo! Analice #Baunilha kkkkk💓

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  2. "os abraços não dados" rapaz, isso daria um belo exemplar sobre minha rápida historia com participação louvável de um sorriso que arranca suspiros mesmo quando está escondido, ou previamente quando ele aparece meio sem graça assim, sabe, meio de canto, sim! idêntico a esse que está dando agora...
    O texto de Gustavo, como de costume sempre arrancando o folego de seus leitores, mas sempre existem aqueles que entramos no personagem e sentimos aquela brisa gostosa de um passado que o presente não conseguiu apagar. Mas e se o futuro assim o conseguir? tanto faz, não sei nem o que vou comer amanha, não me importa muito se ele será forte o suficiente para isso, certas coisas ecoam sem previsão ou demissão por justa causa... cheiros na porta de faculdade, calafrios em shows com milhares de pessoas ao redor, conversas com amigos, essas coisas o futuro com toda sua magnitude, creio eu, não é tão auto suficiente assim para apagar...
    a vida e suas peças né, "pelo menos" a mesma que nos prega essas coisas, vem com seu tempo devido e acalenta, acalma, deixa a maré baixinha, permite assim ir mais além um pouco e observar o quanto tudo tem seu tempo, "pelo menos" as boas lembranças ficam, "pelo menos" o meio fio será conhecido nas historias encantadas dos meus futuros filhos...
    "os abraços nao dados" ah os abraços.

    sabe "aquele puta sorriso lindo no rosto"? sim! esse ai mesmo!

    obrigado por tudo! e ao mesmo tempo como de costume, perdão por tudo!


    grande beijo!

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